Mais Um
Cheguei.
Não tenho cartão de visitas.
Não importa a seriedade encontrada,
Não importa nem mesmo se a porta estava trancada…
Importa que cheguei e sorri sem saber,
Interessa que satisfiz um querer.
Sei que meu outro traje talvez fosse mais convidativo,
Mas ao sair de casa,
lembrei-me daquela velha história
de que muitos não têm nada.
Sei que sou o estranho,
Mas também sei que estranho é quem nunca chegou.
Sei que talvez esteja refletindo um sonho,
Mas… Tem gente que nunca sonhou?
Sou a visita inesperada,
A voz jamais imaginada
O jeito parecido com muitos jeitos.
Talvez seja o observador que não dorme,
Ou o sonhador que não vê,
Mas sou a visita sem hora marcada.
Também sou a pessoa que percebe sem ver,
Que imagina o que não foi visto
E sabe entender…
Deoclides Gimarães Filho